quinta-feira, 30 de abril de 2015

Mulher recebe ligação sobre prêmio de R$ 70 mil, desconfia e aciona PM Golpista se identificou como funcionário de empresa de telefonia. Este é o segundo caso registrado em menos de uma semana em Botumirim.


Uma moradora de Botumirim, no Norte de Minas Gerais, procurou pela Polícia Militar depois de desconfiar de uma ligação informando que ela havia ganhado um prêmio de R$ 30 mil e um carro no valor de R$ 40 mil. Este é o segundo caso do mesmo tipo registrado pela PM em menos de uma semana na cidade de 6.590 habitantes.

“Um homem me ligou pedindo para depositar R$ 140, desconfiei, disse que iria na lotérica, mas na verdade estava indo para o quartel”, fala a dona de casa que não quer se identificar.

Ao chegar ao quartel da PM, o homem ligou novamente para a mulher, que já estava ao lado do sargento Simon Cesar Borges. O G1 teve acesso ao diálogo, que foi gravado, na qual ele diz que tem 36 anos e que trabalha como gerente promocional de uma empresa de telefonia.
Na primeira conversa o homem destaca que a dona de casa deveria manter sigilo sobre o prêmio, na segunda, ele faz a mesma afirmação.
“Recebemos a informação de que você estava divulgando e comentando, eu já disse que você não pode comentar até você receber seu prêmio. A nossa empresa não se responsabiliza por assaltos, sequestros e saidinhas bancárias”, fala.
Em seguida, o sargento entra na conversa e se identifica como policial militar, mas mesmo assim o golpista continua afirmando que se trata de uma promoção.
Golpista: "Sou pai de família assim como o senhor também é. Não tenho motivo para estar de brincadeirinhas ou brincando com os sentimentos dos cidadãos que são trabalhadores brasileiros, se fôssemos algum tipo de meliantes ou pessoas contrabandistas, você acha que teríamos acesso total aos dados dela? Veja bem, automaticamente a senhora [nome da mulher] foi contemplada no sorteio seleção premiada. Eu entendo a preocupação de vocês e o motivo da desconfiança, o nosso  Brasil hoje em dia está uma pouca vergonha, pessoas trabalhadoras pagam por pessoas fraudulentas".
Sargento: “O acesso aos dados é fácil de adquirir. Vou orientá-la que qualquer prêmio que ela receba de qualquer operadora do país não é necessário fazer nenhum depósito e nenhuma transação bancária”.
Golpista: “A premiação será cancelada, não devo nenhuma satisfação a ninguém, portanto, sou trabalhador como você, caso ela venha a abrir processo contra a empresa não vai ser aceito, porque quem está dando desistência é ela”.

Outra ocorrência
O sargento explica também que este é o segundo caso atendido por ele neste mês relacionado a golpes por meio do celular. Em outra ocorrência, do dia 24, uma dona de casa de 35 anos, moradora da zona rural, teve um prejuízo de mais de R$ 1.400.

A polícia acionada pela funcionária de uma papelaria, que conhecia a vítima e questionou o porquê dela estar comprando muitas recargas de celular para 12 números de telefone com o código de área 85, que pertence ao Ceará.

Prêmios não exigem depósitos
O militar alerta que na maioria das vezes a pessoa que aborda as vítimas tem os dados pessoais delas e usa os nomes de grandes empresas para dar credibilidade a fraude. Além disso, na abordagem também é pedido sigilo sobre os “prêmios”, para evitar, por exemplo, que a polícia seja acionada. 

“Nenhum prêmio exige uma contrapartida financeira em troca, nenhuma transação bancária deve ser feita cidadão. Em caso de dúvidas, procure pela polícia, que conta com pessoas capacitadas para dar suporte para as vítimas”, ressalta o sargento.

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