segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Atolado em dívidas, o petista Agnelo Queiroz deixa como legado a maior crise financeira da história autônoma do Distrito Federal

BRASÍLIA EM CLIMA DE TERRA ARRASADA - 


O petista Agnelo Queiroz deixa o Palácio Buritis nos próximos diasem meio ao que já pode ser considerada a maior crise financeira da história do Distrito Federal. No campo político, Agnelo não deixa saudades, só uma certeza: o PT não retorna ao comando da capital federal por tão cedo. O clima de desgoverno só piorou depois que Agnelo conseguiu o que parecia ser impossível: foi barrado pelo eleitor na busca por mais um mandato ainda no primeiro turno.
Uma imagem serve bem para ilustrar o clima de terra arrasada que tomou conta da cidade: os amplos gramados que particularizam Brasília no mundo inteiro não são cortados há meses. Por todo lado o que se vê são montanhas de lixo e as árvores derrubadas após o retorno das chuvas à região permanecem há semanas, em alguns casos meses, a impedir o ir e vir das pessoas pelas poucas calçadas e ciclovias, estas últimas uma boa herança da gestão Agnelo. 
O governador petista conseguiu superar, por inoperância, a sensação de descrédito no imaginário da população provocado pelo triste episódio de roubalheiras em que se meteu o antecessor José Roberto Arruda, não por acaso o primeiro governador preso na história da República. Apelidado de ‘Agnulo’, o petista lega ao Distrito Federal a convivência com uma série de problemas na prestação de serviços públicos.
Brasília, como se sabe, não tem prefeito, é um misto de estado-município dede que recuperou maior autonomia político-financeira com a Carta Constitucional vigente. Ainda assim, recebe generosas verbas federais, o que só aumenta para o status de descalabro o estado em que chegou. Serviços essenciais como coleta de lixo e os transportes públicos são administrados pelo Governo do Distrito Federal, o GDF. Além de montanhas de lixo acumulados, há problemas também com a paralisação de ônibus. Cerca de 700 mil pessoas de uma das ‘bacias’ do Distrito Federal ficaram a pé, após o lockout de empresários do setor, que reclamam da falta de pagamento pelos serviços prestados.
Mas não é só. Desde o final de novembro, o GDF atrasa o pagamento de fornecedores de alimentos a hospitais e a proprietários de creches comunitárias conveniadas com o governo. Há relatos, sempre desmentidos pela administração distrital, de suspensão, ainda que por pouco tempo, da entrega de refeições aos hospitais do Distrito Federal, além da suspensão de atividades em creches comunitárias.
Os salários de professores e profissionais da saúde também estão atrasados, em dívida, que somaria somente nessas duas áreas, a cerca de R$ 700 milhões. O governador tentou receber R$ 625 milhões dos repasses em atraso do governo aliado de Dilma Rousseff. Não resolveria o caos a que conduziu sua gestão, mas serviria de refresco. Não há notícia de que foi atendido.  
Os sinais de que o governo Agnelo seria uma tragédia começaram a pipocar ainda na fase de preparação para a Copa do Mundo. Ex-ministro dos Esportes, ele conseguiu a façanha de consumir US$ 830 milhões em dinheiro do consumidor na construção do Estádio Nacional Mané Garrincha. Em valores atualizados, estamos falando de R$ 2,1 bilhões. Trata-se da definição mais perfeita para o que se conveniou chamar de elefante branco: pelos padrões do chamado futebol candango, fica difícil lotar até mesmo uma Kombi. Depois da Copa, o Mané Garricha recebeu alguns jogos do Braileirão. Na maior parte do tempo fica às moscas.
'Apagão de gestão'

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