segunda-feira, 28 de abril de 2014

Câmara deve rejeitar contas de ex-prefeito de Manga, a despeito de parecer do Tribunal de Contas ### Bancada governista alega autonomia do Legislativo para colocar casca de banana no caminho de Quinquinha


O ex-prefeito [de óculos] na mira do antigo aliado e agora desafeto Hélio Boquinha: risco de improbidade
Se depender da bancada governista na Câmara Municipal de Manga, o ex-prefeito do município Quinquinha Oliveira (PTdoB) começa esta semana uma dieta a base de pão... O pão que o diabo amassou. Trata-se de mais um capítulo da utilização política do Judiciário que tomou conta da cena local desde que o então empresário Quinquinha chegou ao poder em meados de 2007, após a cassação do mandato do então titular Humberto Salles (PSB), acusado de corrupção e desvio de recursos públicos. O atual prefeito, o petista Anastácio Guedes, parece empenhado em dar continuidade ao processo, após vencer o grupo político liderado pelo antecessor.
Anastácio talvez catalise, sem saber, os ódios acumulados nas vinhas da ira da sua base política, formada, entre outros, pelos ex-caciques e ex-prefeitos Haroldo Bandeira (PMDB) e Humberto Salles (PSB), além de outros desafetos do tipo arraia miúda de Quinquinha. Anastácio move contra seu antecessor alguma coisa em torno de 20 ações judiciais.
Nunca é demais lembrar que a mão que hoje segura o chicote pode vir a ser, no futuro, a mesma que vai sustentar o dorso que se oferece para o açoites do próximo verdugo na cadeira de prefeito. Quinquinha que o diga: corre o risco de ter que enfrentar longa peleja judicial para garantir o direito de disputar a próxima sucessão municipal, daqui a quase dois anos.
A briga entre eles chegou à Câmara de Vereadores, que vai votar, na próxima quarta-feira (30), parecer técnico do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) em se recomenda a aprovação da prestação de contas do ex-prefeito Quinquinha relativas ao ano de 2012, o último do seu segundo mandato. Levantamento deste Em Tempo Real aponta que as contas do ex-prefeito podem ser rejeitadas por maioria qualificada, com o voto de seis dos noves vereadores que compõem a Casa. 
Este site antecipou, em texto do dia 6 de abril, que Quinquinha enfrentaria processo político durante a aprovação da última prestação de contas do seu mandato. A senha foi dada com os vereadores Hélio Soares de Assis, o Helinho Boquinha (sem partido), e João França Neto, o Dão Guedes (PT), pedirem vistas ao parecer do Tribunal de Contas, na sessão ordinária da Câmara Municipal da sexta-feira, 4 de abril.
A despeito do Tribunal de Contas ter sinalizado a aprovação das contas de 2012, o vereador Hélio ‘Boquinha’, um antigo aliado que se tornou inimigo fervoroso do ex-prefeito Quinquinha, apresentou na sessão extraordinária da Câmara, da quarta-feira (23), documento apelidado como ‘relatório de irregularidades’. O texto, que parece ter sido preparado pelo advogado Silvério Cândido, de Contagem, lista uma série de irregularidades que teriam sido cometidas por Quinquinha durante o último ano do mandato.
O documento toma como base texto elaborado pela Pública Consultoria, uma empresa do grupo Sérgio Bassi & Auditores, Consultores Associados, contratada pelo prefeito Anastácio Guedes em junho do ano passado para fazer uma devassa nas contas do seu antecessor e agora desafeto político. 

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